segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Faz-de-conta da vida real


Tenho uma rotina apertada, afinal de contas hoje em dia pra estudar se paga um preço alto. Meu dia começa às sete da manhã e termina às onze da noite, com intervalos máximos de uma hora. Nesse corre-corre louco, mal sobra tempo pra conversar com meus pais, ou até mesmo cuidar de aspectos estéticos, como fazer as unhas, dar uma caprichada no cabelo e assim por diante.
Quem me dera sobrasse tempo pra assistir televisão! As notícias eu acompanho pela internet, que atualmente é mais prática do que um aparelho televisor. Outros programas? Raramente, quando tenho uma folga de aula, ou nos finais de semana, se não tenho um bom livro pra ler. Novelas então, por mim poderiam nem existir!
Não estou sendo radical, sei que muitas donas de casa, e até seus respectivos maridos me apedrejariam ao ler isso, pois não perdem um capítulo e sabem mais da vida dos atores do que da vida dos próprios filhos. Exatamente, muitas mães não sabem onde andam seus filhos, mas sabem onde estão os filhos das protagonistas de uma novela. E algumas até ousam dizer, “se fosse meu filho, iria ver o que é bom pra tosse”, hipocrisia!
Não me assusto mais quando ouço as comadres da minha mãe (que graças a Deus não acompanha nenhuma novela), falando que fulano de tal morreu, ou que beltrano se divorciou. Inicialmente eu me preocupava em pedir quem era, mas depois de ouvir inúmeras vezes que se tratava de um personagem de novela, desisti.
As pessoas, principalmente as mulheres, que são muito mais cobradas dentro de uma sociedade, gostam de se esconder atrás de tramas para não ter que enfrentar todos os dias suas rotinas, que na maioria das vezes, são um tremendo caos. Realmente seria muito mais fácil se nossa vida fosse como numa novela.
Todos os personagens são de classe média alta, e os que não são um dia ficarão. As mulheres já acordam com seus cabelos impecáveis, maquiadas e sempre bem vestidas. Numa novela vale tudo: trair, roubar, matar, enganar e sair ileso, se quem fizer isso for o protagonista da trama. Resumindo, foi criado um mundo “perfeito”, com pessoas “perfeitas”, onde o vilão mais cedo ou mais tarde paga pelo que fez e o mocinho tem seu final feliz.
Mas na vida real, quantos “mocinhos” morrem por dia? E quantos “vilões” cometem as mais horrorosas atrocidades e continuam impunes? Nem sempre a moça bonita tem o final feliz que ela tanto sonhava, esse final pode ser interrompido, as vezes cedo demais. Quantas pessoas choram em frente a tela da TV quando morre algum personagem, mas não tem a mínima sensibilidade a inúmeras pessoas que morrem todos os dias. E as vezes, de baixo do nosso nariz.
Analisando bem a questão, eu não culpo os “noveleiros” por seu vício, muitas pessoas gostariam de fugir dessa triste realidade que vivemos, nem que seja por uma hora. Mas infelizmente, quando termina a novela, nossa vida volta ao normal, não podemos permanecer para sempre num mundo fictício. Fugir não irá resolver, mesmo que façamos isso inconscientemente.

2 comentários:

  1. Oi, primeira vez que leio seu Blog. Entrei por acaso, tava no blog do Ari. Muito Bom, Parabens!

    A Respeito do texto.. Verdadeiramente é assim mesmo né, trabalho e estudo tbm mal sobra tempo se quer pra mim ver minha mae durante o dia.. e das poucas veses que da pra ve nao da para conversar com ela direito, adivinha pq ?
    NOVELA ¬¬

    sabe ate o episodio de AMANHA! Como pode né?! Gosta tanto de uma besteira que é sempre o mesmo contexto como vc falou, o mocinho,o vilã.. o Corno.. e por ai vai.

    Coisas de Brasileiros eu ACHO! hehe!!
    Continua assim com Blog!

    Abraço =*

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