terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resenha Crítica do filme: Sete Vidas (Seven Pounds, 2008)

Estados Unidos / 2008

Dirigido por Gabriele Muccino

Com Will Smith, Rosário Dawson, Woody Harrelson e Barry Papper

Sete Vidas: Em busca de um sentido para viver

“Em sete dias Deus criou o mundo, eu precisei de sete segundos para destruir o meu”. Essa é a frase usada para iniciar o drama estrelado por Will Smith, Sete Vidas. O filme dirigido por Gabriele Muccino conta a história do auditor fiscal Ben Thomas (Will Smith) e como ele planeja aliviar a culpa que atormenta sua vida.
A exemplo de “A procura da Felicidade” e “Eu sou a lenda”, quando comecei a ver esse filme, sabia que a história me traria algo mais. Will tem consagrado sua carreira ao protagonizar filmes com forte apelo moral. Em Sete vidas não foi diferente. O enredo mostra como pequenas ações podem mudar a trajetória de uma vida, não apenas a nossa, mas de muitas outras pessoas.
Ben Thomas carrega consigo o fardo de um trágico segredo, que tirou todo sentido que ele tinha de viver, e ao mesmo tempo trouxe sofrimento a outras vidas. Como forma de amenizar o mal que ele julga ter feito, mesmo que sem querer, resolve ajudar outras sete pessoas, algumas conhecidas outras que jamais teve contato antes.
O critério para receber esse “presente”, como Ben resolve chamar, é apenas um: ter bom caráter. Para isso ele monitora seus escolhidos e acaba conhecendo mais a fundo uma em específico, Emily Posa (Rosario Dawson). Emily sofre de falência aguda no coração e sua vida está com os dias contados. A salvação para a jovem mulher seria um doador que possuísse sangue raro, e as chances para isso acontecer são muito baixas.
A convivência com Emily faz Ben voltar a ver vida com novos olhos, com vontade de seguir em frente e apagar o que um dia tanto o fez sofrer. Mas suas opções não são vastas, vidas estão em jogo e a decisão está em suas mãos. O desfecho do drama é o mais puro exemplo de auto-doação, de que realmente alguém se importa mais com vida do próximo do que com a si própria.
Sete vidas leva a refletir sobre o que temos feito para melhorar as condições de vida de quem amamos. E até mesmo de quem não tem nada haver com nossas vidas. Que a gratidão é um sentimento muito maior do que qualquer recompensa possa oferecer, e que pra isso não há necessidade de sentirmos o reconhecimento. Dar valor as coisas simples da vida e não deixar que problemas, por maiores que sejam, nos impeçam de continuar de cabeça erguida.
A trama foge do padrão Hollywoodiano, nem sempre seguindo uma cronologia, mas ao final tudo se encaixa como um quebra-cabeça. Com cenas emocionantes, dignas de arrancar lágrimas dos corações mais durões, Sete vidas merece uma atenção especial, pois trás a tona a natureza humana mais difícil de se lidar: doar sua própria vida em favor de outras pessoas.