quarta-feira, 25 de maio de 2011

Voltando a ativa...

Mais de um ano sem nenhuma postagem... Desleixo! É exatamente sobre isso que quero falar na minha volta à ativa, da mania que as pessoas têm de deixar coisas inacabadas. Existem vários motivos para que isso aconteça. Então... Vamos a alguns.

Um deles é que depois de alcançarmos o gostinho da conquista, o alvo desejado perde o sentido de ser. Isso é muito comum em relacionamentos amorosos. Você luta, batalha para conquistar a pessoa, e quando consegue entra em euforia. Por um período de tempo sente que sua vida está completa e que felicidade maior é impossível de se alcançar. Infelizmente passado algum tempo, a euforia acaba, os olhos passam a enxergar o que realmente aconteceu: você criou uma expectativa além do que realmente existia, e isso é mais comum do que possamos imaginar.

Quando você passa muito tempo desejando alguém, fantasiando com os momentos que poderiam passar juntos, acaba criando um estereótipo que em 99% das vezes não é compatível. Ou seja, você se apaixonou por um personagem que veste a aparência da pessoa em questão. Resultado? Frustração! Reação? Desistir e partir para outra conquista.

O mesmo pode acontecer na vida profissional. Sonhar é um hábito saudável, quando exercido com moderação e pés no chão. Já vi muitos jovens sonhando com profissões como jornalismo (eu sou uma exceção... Caí de paraquedas e acabei me apaixonando), em ser os próximos William Borner e Fátima Bernardes, comandar a oligarquia exercida pela Globo e assim por diante. Porém, após a formatura, canudo na mão, um título, que ainda está em votação para saber se será validado como profissão regulada, o mercado de trabalho não se mostra afável e receptivo.

Diploma conquistado, agora é correr atrás de um espaço no meio profissional, e essa, é uma conquista contínua. Para isso é exigido muito esforço e dedicação, e muitos acabam por desistir no meio do caminho, pois além de ter que alcançar as próprias metas, tem que se desviar de obstáculos que são postos no caminho. Tarefa árdua e desgastante. Muitos não aguentam o tranco e desistem.

Já temos aqui dois motivos, insatisfação e dificuldades. Vamos para mais um... Tempo. Seja no sentido da falta de tempo ou o próprio período entre idealizar e chegar ao objetivo final. Não gostamos de esperar. A sociedade digital e globalizada vive a era do imediato, tudo tem que ser na hora senão perde o valor. Nem tudo pode ser alcançado dessa forma e quando não é muitos desistem.

Sendo assim, o que faltaria para que conseguíssemos completar nossos assuntos inacabados? Motivação? Tempo? Coragem? Disciplina? Dedicação? Ou quem sabe um pouco de cada uma. Disso tudo, uma coisa é certa, nossa vida será construída de eternas conquistas, cabe a nós escolhermos se queremos concretizá-las ou deixá-las pela metade.

terça-feira, 30 de março de 2010

Antes mal acompanhada do que só!

Quem nunca ouviu alguém dizendo a famosa frase “antes só do que mal acompanhado”? Ou quem nunca mesmo chegou a proferir essas palavras? Eu mesma sou um exemplo, já preferi optar por ficar sozinha a estar com alguém que não me agrada. Opa! Permitam-me repetir as ultimas palavras que escrevi: “alguém que não ME AGRADA”. Sendo assim, eu estou me negando a suportar, ou abrir mão de certas manias minhas, que para outras pessoas também podem ser “abomináveis”.
Tudo bem, temos que levar em conta que em muitos casos as pessoas nos machucam, criam feridas difíceis de curar e cada vez mais criamos barreiras para impedir que isso aconteça novamente. E ainda junta-se esses fatos a uma sociedade que caminha cada vez mais para o individualismo, que prega a auto-satisfação como principal caminho para uma vida plena e feliz. Tudo gira em torno de você, tudo é para você, como se no mundo apenas existisse uma pessoa, e essa é a mais importante: você!
Não está em questão aqui a auto-estima, temos que nos sentir importantes, cuidar de nós mesmos, mas hoje em dia tem-se esquecido que há mais pessoas na sociedade. O que eu faço as atitudes que eu tomo vão refletir não apenas na minha vida, mas em um grupo muito maior do que eu posso imaginar. Quando penso só em mim, não meço o tamanho das conseqüências que minhas atitudes vão gerar. E quando isso acontece, eu acabo sendo a má companhia da frase “antes só do que mal acompanhado”.
Está cada vez mais difícil aceitar a diversidade que compõe o mundo em que vivemos. Difícil ao ponto de até mesmo a vida a dois se tornar intolerável. Pessoas e relacionamentos têm sido tratados de forma descartável, pessoas estão “experimentando” pessoas, então se não for de total agrado partem para a próxima. As exigências estão cada vez mais delimitadas tornando impossíveis de serem atingidas. Acredito que por isso tantos indivíduos procuram seus pares na internet, se o parceiro em avaliação não corresponder às expectativas, basta precisar uma tecla: delete.
Está na hora de rever conceitos, ou de fazer uma multi-divisão no planeta. Dividir um pedacinho da Terra pra cada habitante e cada um constrói sozinho sua própria sociedade, com suas regras, onde realmente a pessoa mais importante será você mesmo, já que não há mais ninguém para se comparar. Muitos ainda podem alegar se sentir sozinhos na multidão, mas deixa essa multidão sumir, ai sim se entenderá o verdadeiro sentido da palavra só. Acredito que se isso ocorresse, veríamos o quão errados estamos sendo em nos isolar, e a frase mudaria seu sentido, “antes mal acompanhado do que só”.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Eu sinto saudades e você?


Na esquina da rua onde moro, florescem duas árvores que trazem boas lembranças de minha infância. A laranjeira e uma árvore que não sei como se chama, mas é muito comum em época de Natal aqui em Concórdia. Apelidei, secretamente, aquele ponto de “esquina da saudade”. Sentir o aroma proveniente daquelas árvores me faz voltar ao tempo, relembrar o anseio pelo término do inverno com a chegada da primavera ou o desejo inocente da criança pela espera do presente no dia de Natal.
Essas são épocas que não voltam mais, mas que ficam guardadas em nosso íntimo, só esperando de um estímulo para despertar a memória. Cheiros, imagens, lugares, sons e até gostos tudo faz ligação, sendo a pessoas, momentos ou fases de nossa vida. As vezes a nostalgia é tão grande que temos a impressão de que se fecharmos os olhos, viveremos de novo determinado tempo passado.
Quanto tempo é necessário para criar um sentimento dessa magnitude? Há algum manual, algum lugar em que diga que para se sentir nostalgia você deve ter passado pelo menos dos 25 anos de idade? Engana-se quem pensa dessa forma. A começar pelo fato de que não podemos julgar a intensidade do sentimento de outras pessoas, ou seja, sentimentos os quais nunca sentimos. Tudo bem, toda saudade é saudade, consiste na mesma fórmula que é sentir falta de algo ou alguém, mas cada um sente isso com intensidades diferentes.
As vezes, algumas situações nos atingem de forma tão impactante, que apenas um dia, ou algumas horas são necessárias para deixar marcas que nem o tempo pode apagar em nossa vida. E para isso, tenho que ser adulto? Ou preciso ter certa “experiência” de vida? Não! Definitivamente não! A única coisa necessária é o “agente” que causará a saudade! Esse pode assumir inúmeras identidades, variando de quem o porta. A única diferença, é que chegamos a uma idade onde passamos a entender melhor o que é esse sentimento. Mas deixo bem claro que entender é diferente de viver. Posso viver determinada situação sem entendê-la, mas não posso entendê-la sem nunca ter vivido.
Então, esse sentimento está ai, é quase inevitável senti-lo. Mas faz bem sentir-se nostálgico? Eu acredito fiamente que sim! Se sinto saudade, é por que já vivi momentos bons, é por que tive pessoas que foram importantes em minha vida e isso me ensinou que tenho que aproveitar ao máximo o dia de hoje, por que o hoje vai ser a saudade do amanhã. Dê valor ao que você tem hoje, pois amanhã isso pode fazer parte apenas de sua nostalgia.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Haverá vida após 2012?

O povo se preocupa tanto em perder a vida que esquece de viver. Ainda não consigo engolir milionários que gastam somas colossais em abrigos subterrâneos, ou em “terrenos” em outros planetas numa tentativa de refúgio se um dia o mundo ruir. A mais nova onda é a teoria que marca o final do calendário Maia em 21 de dezembro de 2012. Reportagens, livros, e até filme, tudo descreve e tenta nos dar uma prévia do que estamos por enfrentar daqui a três anos.

Os mais prevenidos já estão construindo abrigos, guardando mantimentos e não duvido que daqui a pouco surjam cursos com o tema “Como sobreviver ao fim do Mundo”, ou ainda “Aprenda a ser como as baratas”, um animal que esmagamos com o pé, mas que dizem sobreviver até explosões nucleares. Será que esses estudiosos consideraram a hipótese de que o calendário Maia acabou porque eles simplesmente não contaram mais? Penso que esse seria o mais óbvio a se acreditar.

É muito mais fácil o mundo acabar por falta de cuidado de seus habitantes, do que por uma teoria antiga, de povos que uma vez foram dizimados, mas que hoje recebem crédito por muitas coisas. Ao invés de criar datas para o fim, gastar milhões em publicações e produções, por que não se investe para consertar o que a cada dia mais leva o planeta a perecer? Acredito que sobreviver um dia já é uma grande vitória num mundo onde tudo está fora do eixo.

Tantos já foram os cientistas que previram o fim dos tempos, mas nada aconteceu, nem sequer uma pequena explosão, ou algo do gênero para pelo menos assustar um pouco. Tentamos dominar o tempo, o espaço, ditar o que vai acontecer, mas nada, nada mesmo está sob nosso controle. Quem garante que o término não virá muito antes de 2012? Sinceramente não sei, prefiro viver hoje, pois como diz a Bíblia em Mateus 6, 34 “basta a cada dia o seu mal”.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Resenha Crítica do filme: Sete Vidas (Seven Pounds, 2008)

Estados Unidos / 2008

Dirigido por Gabriele Muccino

Com Will Smith, Rosário Dawson, Woody Harrelson e Barry Papper

Sete Vidas: Em busca de um sentido para viver

“Em sete dias Deus criou o mundo, eu precisei de sete segundos para destruir o meu”. Essa é a frase usada para iniciar o drama estrelado por Will Smith, Sete Vidas. O filme dirigido por Gabriele Muccino conta a história do auditor fiscal Ben Thomas (Will Smith) e como ele planeja aliviar a culpa que atormenta sua vida.
A exemplo de “A procura da Felicidade” e “Eu sou a lenda”, quando comecei a ver esse filme, sabia que a história me traria algo mais. Will tem consagrado sua carreira ao protagonizar filmes com forte apelo moral. Em Sete vidas não foi diferente. O enredo mostra como pequenas ações podem mudar a trajetória de uma vida, não apenas a nossa, mas de muitas outras pessoas.
Ben Thomas carrega consigo o fardo de um trágico segredo, que tirou todo sentido que ele tinha de viver, e ao mesmo tempo trouxe sofrimento a outras vidas. Como forma de amenizar o mal que ele julga ter feito, mesmo que sem querer, resolve ajudar outras sete pessoas, algumas conhecidas outras que jamais teve contato antes.
O critério para receber esse “presente”, como Ben resolve chamar, é apenas um: ter bom caráter. Para isso ele monitora seus escolhidos e acaba conhecendo mais a fundo uma em específico, Emily Posa (Rosario Dawson). Emily sofre de falência aguda no coração e sua vida está com os dias contados. A salvação para a jovem mulher seria um doador que possuísse sangue raro, e as chances para isso acontecer são muito baixas.
A convivência com Emily faz Ben voltar a ver vida com novos olhos, com vontade de seguir em frente e apagar o que um dia tanto o fez sofrer. Mas suas opções não são vastas, vidas estão em jogo e a decisão está em suas mãos. O desfecho do drama é o mais puro exemplo de auto-doação, de que realmente alguém se importa mais com vida do próximo do que com a si própria.
Sete vidas leva a refletir sobre o que temos feito para melhorar as condições de vida de quem amamos. E até mesmo de quem não tem nada haver com nossas vidas. Que a gratidão é um sentimento muito maior do que qualquer recompensa possa oferecer, e que pra isso não há necessidade de sentirmos o reconhecimento. Dar valor as coisas simples da vida e não deixar que problemas, por maiores que sejam, nos impeçam de continuar de cabeça erguida.
A trama foge do padrão Hollywoodiano, nem sempre seguindo uma cronologia, mas ao final tudo se encaixa como um quebra-cabeça. Com cenas emocionantes, dignas de arrancar lágrimas dos corações mais durões, Sete vidas merece uma atenção especial, pois trás a tona a natureza humana mais difícil de se lidar: doar sua própria vida em favor de outras pessoas.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Um dia de verão antes da chuva...


Inspiração é tudo! E foi isso que eu senti ao ouvir essa frase, num domingo à noite, voltando pra casa junto com uma prima minha. A noite estava linda, estrelada, temperatura agradável, mas já demonstrando os primeiros sinais de que a chuva não demoraria a cair. Momento de transição. Mudança. Algo que meche com o mais íntimo do ser humano. Ao menos meche comigo...
É como se preparar para uma guerra. Ainda não aconteceu, mas você sabe que não está longe, e que de qualquer forma, vai ter que enfrentar. O sol, o calor, a alegria de dias sem nuvens não são eternos em nossa vida, eles aparecem e vão embora muitas vezes dando lugar ao frio e ao cinza. Dias cinzas! Onde está a cor? Alguém tem um balde de tinta ai?
Momentos de crise. O mundo está em crise. Crise financeira, crise na saúde, crise emocional. Porque entrar em crise? Por que algo está errado, por que o erro veio a tona e precisa ser reparado. Momento de reflexão, momento de transição, de mudança. Dias de sol não duram pra sempre. A chuva vem pra regar e dar espaço para que o sol faça seu trabalho com maior eficiência. Complementos, um não suporta sem outro. Ou melhor dizendo, nós não somos capazes de suportar sem os dois, mesmo que as vezes pareça ao contrário.
Tonalidades. Assim como fragrâncias e músicas as cores estimulam o senso crítico e emocional. Sentir as cores de um dia cinza ou o brilho de um dia de sol, mas aproveitar para refletir e saber que em cada momento há uma essência a ser capturada.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Faz-de-conta da vida real


Tenho uma rotina apertada, afinal de contas hoje em dia pra estudar se paga um preço alto. Meu dia começa às sete da manhã e termina às onze da noite, com intervalos máximos de uma hora. Nesse corre-corre louco, mal sobra tempo pra conversar com meus pais, ou até mesmo cuidar de aspectos estéticos, como fazer as unhas, dar uma caprichada no cabelo e assim por diante.
Quem me dera sobrasse tempo pra assistir televisão! As notícias eu acompanho pela internet, que atualmente é mais prática do que um aparelho televisor. Outros programas? Raramente, quando tenho uma folga de aula, ou nos finais de semana, se não tenho um bom livro pra ler. Novelas então, por mim poderiam nem existir!
Não estou sendo radical, sei que muitas donas de casa, e até seus respectivos maridos me apedrejariam ao ler isso, pois não perdem um capítulo e sabem mais da vida dos atores do que da vida dos próprios filhos. Exatamente, muitas mães não sabem onde andam seus filhos, mas sabem onde estão os filhos das protagonistas de uma novela. E algumas até ousam dizer, “se fosse meu filho, iria ver o que é bom pra tosse”, hipocrisia!
Não me assusto mais quando ouço as comadres da minha mãe (que graças a Deus não acompanha nenhuma novela), falando que fulano de tal morreu, ou que beltrano se divorciou. Inicialmente eu me preocupava em pedir quem era, mas depois de ouvir inúmeras vezes que se tratava de um personagem de novela, desisti.
As pessoas, principalmente as mulheres, que são muito mais cobradas dentro de uma sociedade, gostam de se esconder atrás de tramas para não ter que enfrentar todos os dias suas rotinas, que na maioria das vezes, são um tremendo caos. Realmente seria muito mais fácil se nossa vida fosse como numa novela.
Todos os personagens são de classe média alta, e os que não são um dia ficarão. As mulheres já acordam com seus cabelos impecáveis, maquiadas e sempre bem vestidas. Numa novela vale tudo: trair, roubar, matar, enganar e sair ileso, se quem fizer isso for o protagonista da trama. Resumindo, foi criado um mundo “perfeito”, com pessoas “perfeitas”, onde o vilão mais cedo ou mais tarde paga pelo que fez e o mocinho tem seu final feliz.
Mas na vida real, quantos “mocinhos” morrem por dia? E quantos “vilões” cometem as mais horrorosas atrocidades e continuam impunes? Nem sempre a moça bonita tem o final feliz que ela tanto sonhava, esse final pode ser interrompido, as vezes cedo demais. Quantas pessoas choram em frente a tela da TV quando morre algum personagem, mas não tem a mínima sensibilidade a inúmeras pessoas que morrem todos os dias. E as vezes, de baixo do nosso nariz.
Analisando bem a questão, eu não culpo os “noveleiros” por seu vício, muitas pessoas gostariam de fugir dessa triste realidade que vivemos, nem que seja por uma hora. Mas infelizmente, quando termina a novela, nossa vida volta ao normal, não podemos permanecer para sempre num mundo fictício. Fugir não irá resolver, mesmo que façamos isso inconscientemente.